Al-Saadi al-Gaddafi

Al-Saadi al-Gaddafi
Informações pessoais
Nome completo Al-Saadi al-Gaddafi
Data de nascimento 25 de maio de 1973 (50 anos)
Local de nascimento Trípoli,  Líbia
Altura 1,84 m
Informações profissionais
Período em atividade 1990-2007 (17 anos)
Clube atual Aposentado
Número 10
Posição Atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1990–1991
1991–2005
2005
2005–2006
2006–2007
Líbia Al-Ahly
Líbia Al-Ittihad
Itália Perugia
Itália Udinese
Itália Sampdoria
74 (3)
336 (166)
1 (0)
1 (0)
0 (0)
Seleção nacional
2000–2006  Líbia 18 0(2)
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Al-Saadi al-Gaddafi ou Saadi al-Gheddafi (em árabe: الساعدي معمر القذافي - Trípoli, 25 de maio de 1973) é um empresário e ex-futebolista líbio[1].

É filho do ex-ditador líbio Muammar al-Gaddafi, morto em 2011 , depois de 42 anos no poder.

Carreira como jogador

Sem espaço no inexpressivo futebol líbio, Al-Saadi iniciou sua carreira apenas em 2000, no Al-Ahly, principal clube do país. O mais curioso de sua primeira passagem pelo futebol é que ele contratou o canadense Ben Johnson (ex-medalhista nas Olimpíadas de Seul, em 1988, mas que teve sua medalha cassada por doping) para ser seu preparador físico, o ídolo argentino Diego Maradona como seu assessor e o treinador Carlos Bilardo (campeão mundial com a Argentina, em 1986) para ser o treinador da Seleção nacional. Em 6 de junho, a emissora de TV britânica BBC noticiou que o atacante tivesse se transferido para o Birkirkara de Malta, mas essa notícia foi logo desmentida[2].

No mesmo ano, mais por influências políticas do que por sua habilidade, foi convocado pela primeira vez para a Seleção da Líbia. Em pouco tempo foi alçado à condição de capitão dos verdes. Ele, que acabaria mostrando destempero e teve diversas atuações ruins, virou pivô de demissões de treinadores, e entre eles estava justamente Carlos Bilardo. Outro treinador, o italiano Franco Scoglio, chegou a não convocar o atacante para duas partidas. Al-Saadi jogou pela Seleção Líbia até 2006.

Primeiro líbio no futebol europeu

No ano de 2002, Muammar al-Gaddafi, ditador da Líbia e pai do atacante, resolveu investir seu dinheiro no futebol após 20 anos utilizando sua fortuna com armamentos. Comprou dos patriarcas da família Agnelli, proprietária da FIAT, 7,5% da ações da Juventus de Turim. Nesta época, "Gaddafi pai" cogitou a entrada de seu filho no time principal da Vecchia Signora, mas tal tentativa foi um fracasso. Ainda em 2002, tentou comprar 20% do clube, mas também não obteve sucesso. Porém, o polêmico líder líbio conseguiu comprar a Triestina por "apenas" US$ 4 milhões no mesmo período e chegou a firmar uma parceria de US$ 600 mil anuais com a Lazio para que o Al-Ittihad treinasse em suas instalações. Até mesmo o São Paulo fez parte do rol de "agraciados" com a visita do filho do ditador. Em 2003, o clube de Trípoli esteve no CT do São Paulo para um amistoso contra os reservas tricolores e empatou por 1 a 1.

Depois da curta passagem pelo Brasil, Al-Saadi acertou transferência para o Perugia (supostamente, mais por questões financeiras). Apesar de ter feito história como o primeiro jogador líbio a atuar no futebol europeu, o atacante protagonizou um fiasco: atuou em uma única partida, e deixou o Perugia em 2003. O clube acabaria sendo rebaixado após Al-Saadi ter sido pego no exame antidoping.

Mesmo assim, o líbio não desistiu da carreira, ao ser contratado pela Udinese, equipe com mais tradição do que o Perugia. Os líbios aguardavam a estreia com ansiedade, mas, apesar da expectativa, Al-Saadi protagonizou mais um fracasso, mais retumbante do que sua passagem pelo Perugia: em duas temporadas, foi relegado por ordem do treinador Serse Cosmi, e não jogou mais do que dez minutos, contra o Cagliari, Aborrecido, Al-Saadi resolveu pular fora dos friulanos.

Entretanto, a Sampdoria resolveu investir em sua contratação. Novamente, a contratação do filho de Muammar al-Gaddafi mostrou-se um grande fracasso - ele não entrou em nenhuma partida, e enquanto possuía contrato com a Samp, ele era apenas uma obscura décima opção - Emiliano Bonazzoli, Fabio Quagliarella e Fabio Bazzani eram as principais opções para o ataque, Rubén Olivera era quarta opção, Francesco Flachi era a quinta opção, Danilo Soddimo era o sexto nome para o ataque, Pietro Arnulfo era a sétima alternativa, Salvatore Foti ficava como nona alternativa e Gabriel Ferrari era o décimo nome para o ataque da Sampdoria.

Decepcionado com sua passagem fugaz e sem chances pelo clube de Gênova, Al-Saadi resolveu voltar para a Líbia e terminar sua carreira de jogador.

Carreira empresarial

Ainda em 2006, o ex-atacante lançou um projeto ao governo de seu país para criar uma cidade de caráter semi-autónomo semelhante ao de Hong Kong, que se estendia 40 km entre Tripoli e a fronteira com a Tunísia. A cidade-autônoma proposta se tornaria um centro de alta tecnologia, serviços bancários, médicos e educacionais que não exigiriam visto para entrar. Ela teria o seu próprio aeroporto internacional e um importante porto marítimo. O filho de Muammar al-Gaddafi prometeu tolerância religiosa com a construção de "sinagogas e igrejas" e a não-discriminação na nova cidade, que teria "estilo ocidental".

Envolvimento nos protestos contra o governo

Desde que a Revolta na Líbia em 2011 estourou, Al-Saadi se tornaria comandante das Forças Especiais da Líbia, mas um alerta da Interpol foi emitido contra ele[3].

Em 11 de setembro de 2011 ele fugiu da Líbia e foi interceptado uma patrulha das forças armadas do Níger[4] [5].

Em 29 de setembro de 2011, a Interpol emitiu colocou Saadi na lista dos mais procurados, com base em um pedido do novo regime líbio, que o acusou de "intimidação armada" e "apropriação indébita" enquanto dirigia a Federação de Futebol da Líbia, e também de ter dirigido uma unidade militar que reprimiu brutalmente manifestações contra o regime deposto [6], entretanto, o governo do Niger negou a possibilidade de extradição pois não havia garantias de que haveria um julgamento justo e havia risco de pena de morte, mas declarou que Saadi poderia ser interrogado por agentes do novo regime líbio em Niamey, capital do país[7] [8].

Referências

  1. «Perfil de Al-Saadi al-Gaddafi em Ogol». Consultado em 14 de março de 2011. Arquivado do original em 19 de novembro de 2010 
  2. Blog Futebol e História - A família Kadafi e o futebol
  3. [1]
  4. Gaddafi's son flees to Niger, fighting flares in Libya, acessado em 10 de março de 2012
  5. Saadi Gadhafi arrives in Niger as Libyan troops seek to strangle Sirte Arquivado em 25 de janeiro de 2012, no Wayback Machine., acessado em 10 de março de 2012
  6. Another Moammar Kadafi son on Interpol most wanted list, acessado em 10 de março de 2012
  7. Niger: Libya's NTC can question Saadi Gaddafi in Niamey, acessado em 10 de março de 2012
  8. Another Gadhafi son on Interpol's most-wanted list[ligação inativa], acessado em 10 de março de 2012


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7 de junho de 1942 – 20 de outubro de 2011
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