Lista fechada

Partidos e suas respectivas listas de candidatos na Itália.

A lista fechada ou lista de partido, também chamada voto em lista, é um sistema de votação de representação proporcional onde os eleitores votam apenas em partidos, e não nos candidatos.

No sistema de lista fechada, cada partido apresenta previamente a lista de candidatos com o número correspondente ao círculo eleitoral, esses candidatos são colocados ordenados crescentemente e o número de eleitos será proporcional ao número de votos que o partido obteve. Neste sistema os candidatos no topo da lista tendem a se eleger com mais facilidade.

Criação e ordenação das listas

Criação

A criação das listas são feitas, geralmente, ou pelo líder do partido ou por eleições internas nos partidos.

Ordenação

  • Estática - Quando a ordem dos candidatos é pré-estabelecida no momento da criação, pelo líder do partido ou pela quantidade de votos nas eleições internas dos partidos, essa ordem não pode ser mudada pelo eleitor.
  • Dinâmica - Quando o eleitor tem possibilidade de modificar a ordem dos candidatos. Algumas das principais formas de se ordenar são o sistema preferencial onde o eleitor estabelece a ordem dentro da lista, o voto por aprovação onde o eleitor decide se aprova ou não o candidato, ou o sistema de avaliação onde o eleitor dá uma nota a cada candidato.
  • Sistema preferencial
    Sistema preferencial
  • Sistema por aprovação
    Sistema por aprovação
  • Sistema de avaliação
    Sistema de avaliação

Vantagens e desvantagens

Vantagens

  • Conhecimento prévio do eleitor de quem serão os possíveis eleitos e possíveis suplentes.
  • Diminuição do culto à personalidade e o fortalecimento dos partidos para ações mais coordenadas.[1]
  • Na atividade parlamentar, acordos entre partidos podem aumentar os consensos e diminuir as divergências acelerando determinadas atividades.
  • Fim das coligações partidárias, visto que na campanha os partidos se enfrentarão entre si pelo maior número de cadeiras.
  • Melhor informação em campanhas eleitorais[2] com os partidos apresentando projetos e não apenas candidatos com poucos segundos de apresentação, o pensamento do eleitor também fica mais focado nos partidos. Na atividade parlamentar também aumenta a percepção das posições dos partidos.
  • Barateamento das campanhas eleitorais[3], principalmente em círculos eleitorais com muitas cadeiras.
  • Maior facilidade para fiscalização das campanhas por órgãos externos, visto que as ações geralmente ganham um caráter maior e mais centralizado, principalmente quando existe proibição de ações individuais.
  • Melhor proporcionalidade nas eleições, resolvendo-se melhor o problema do sistema majoritário que exclui de representatividade a minoria, e do voto uninominal que faz com que o peso de um candidato com muitos votos seja igual ao de um candidato com poucos votos.
  • Possibilidade de usar a lei para moldar a lista com a criação de cadeiras específicas para os candidatos através critérios etários, profissionais, minorias, novos candidatos, etc.
  • Dificulta a existência dos chamados "puxadores de voto"[4], que se valem do sistema de proporcionalidade regulado pelo coeficiente eleitoral da legenda (partido político ou coligação).

Desvantagens

  • Dependência total da lei para a solução de vários tipos de questões como criação das listas, renovação de candidatos, limite de mandatos, condições de inelegibilidade, nepotismo, penalidades, etc. tirando muitas vezes o julgamento subjetivo do eleitor.
  • Candidatos no topo da lista têm uma tendência muito maior de serem eleitos que os outros.
  • A formação das listas, que podem ser feitas tanto apenas pelo líder do partido ou por eleições internas dos partidos, podem tirar a percepção de escolha pessoal do eleitor, principalmente em grandes distritos.
  • Partidos fortalecidos tendem a diminuir a opinião pessoal dos candidatos, inclusive podem coagir o candidato a tomar decisões contra a sua vontade em nome da fidelidade partidária.
  • Difícil controle da lista em distritos eleitorais com muitos candidatos.[5]

No Brasil

A proposta do voto em lista é apoiada por diversos analistas políticos, por considerarem que esta fortaleceria os partidos como instituições instrumentais da democracia.[6] Por outro lado, a proposta recebe críticas de parcelas da sociedade civil que consideram a maioria simples (a exemplo do voto distrital) como o sistema alternativo que melhor os representaria. O sistema brasileiro é um dos mais avançados neste sentido, pois busca equilibrar a maioria absoluta (1 pessoa = 1 voto), ligada ao conceito demos-enabling (Câmara dos Deputados), com a representação regional, ligada ao conceito de demos-constraining (Senado).[7]

Referências

  1. http://www.cartacapital.com.br/politica/o-voto-em-lista-fechada/
  2. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2011/04/08/interna_politica,246803/lista-fechada-nas-eleicoes-proporcionais-opoe-tucanos-e-petistas.shtml
  3. http://blogdotarso.com/2012/08/21/voto-em-lista-fechada-melhoria-o-horario-eleitoral-na-tv-e-radio/
  4. Puxadores de voto disputam as eleições em 2014. UOL - eleições 2014
  5. http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL13268-5601,00.html
  6. Voto em lista fortalece partidos, dizem analistas. Terra, 15 de junho de 2007 (acessado em 18/05/2009)
  7. Stephan, Alfred. «"Para uma Nova Análise Comparativa do Federalismo e da Democracia: Federações que Restringem ou Ampliam o Poder do Demos"». Dados [online]. Consultado em 6 de novembro de 2014 

Ligações externas

  • O sistema proporcional de lista preordenada. Por Luiz Henrique Vogel
  • Lei Orgânica dos Partidos Políticos da Argentina
Ícone de esboço Este artigo sobre política ou um(a) cientista político(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
  • v
  • d
  • e
Vencedor unitário
Pluralidade ou
majoritário
  • Maioria simples
  • Maioria absoluta
Preferencial
  • Contagem de Borda
  • Sistema de Bucklin
  • Método de Coombs
  • Voto alternativo
  • Voto contingente
  • Método de Oklahoma
Método de Condorcet
Voto por pontos
Vencedor múltiplo
Voto delegado
Outros
  • Portal da política
  • Portal da sociedade