Templo de Juno Moneta

 Nota: Para outros significados, veja Templo de Juno.
Templo de Juno Moneta
Templo de Juno Moneta
Maquete do cume do Monte Capitolino: o maior templo é o de Templo de Júpiter Capitolino. Um dos demais é o Templo de Juno Moneta.
Templo de Juno Moneta
Denário de prata com a efígie de Juno Moneta.
Tipo Templo romano
Construção 344 a.C.[1]
Promotor / construtor Lúcio Fúrio Camilo
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização VIII Região - Fórum Romano
Coordenadas

Coordenadas: 41° 53' 36" N 12° 29' 1" E

41° 53' 36" N 12° 29' 1" E
Templo de Juno Moneta está localizado em: Roma
Templo de Juno Moneta
Templo de Juno Moneta

Templo de Juno Moneta (em latim: Templum Iunonis Monetæ) era um antigo templo romano da era republicana que ficava na Cidadela do Capitolino (arx), dominando o Fórum Romano[2]. No centro da antiga cidade de Roma, era o local onde as moedas romanas eram cunhadas, um costume que deu início à antiga prática de cunhar moedas em templos[3]. Era ali também que se abrigavam os livros dos magistrados.

Etimologia

Juno Moneta, um epíteto da deusa romana Juno, era a protetora dos recursos financeiros. Por conta disto, todas as moedas da Roma Antiga foram cunhadas em seu templo por quatro séculos, até finalmente o local ser alterado para um outro, próximo do Coliseu, durante o reinado de Domiciano[1].

Assim, moneta passou a significar "casa da moeda" em latim, um termo utilizado em obras de escritores antigos como Ovídio, Marcial, Juvenal e Cícero. O termo também está na raiz de vários termos financeiros em língua portuguesa, como "monetário" e "moeda".

Cícero sugere que o nome deriva do verbo "monere" ("avisar", "alertar"), pois, durante um terremoto, uma voz vinda deste templo teria exigido o sacrifício expiatório de uma porca grávida, uma referência à antiga lenda romana de que os gansos sagrados de Juno teriam alertado o comandante Marco Mânlio Capitolino sobre o avanço dos gauleses em 390 a.C.. Moneta é também o nome utilizado para Mnemósine, mãe das musas, por Lívio Andrônico em sua tradução da Odisseia, e também por Higino, que cita Júpiter e Moneta como pais das musas. O nome "Mnemósine" ("memória") estava ligado a Juno Moneta, que mantinha em seu templo um minucioso registro dos eventos históricos[2].

História

No início da guerra contra os auruncos (aurunci), em 345 a.C., o ditador Lúcio Fúrio Camilo decidiu pedir a ajuda dos deuses em seu conflito jurando construir um templo a Juno Moneta. Apesar de retornar vitoriosamente a Roma, ele renunciou ao seu posto e o senado nomeou dois encarregados para construir o templo. Eles escolheram um local na cidadela onde ficava a casa de Marco Mânlio Capitolino, e dedicaram o templo um ano depois do juramento pelos cônsules Tito Mânlio Imperioso Torquato e Caio Márcio Rutilo[1]. Segundo Lívio, esta dedicação foi seguida por uma chuva de pedras e um escurecimento do céu, um prodígio que levou a nomeação de um ditador feriarum constituendarum causa, Públio Valério Publícola (com poderes limitados)[4]. O evento também foi relatado nos "Fastos", de Ovídio[5][6].

O templo abrigava os Libri Lintei, os registros dos cônsules eleitos anualmente, de 444 a.C. até 428 d.C.. A partir de 273 d.C., a casa da moeda romana e suas oficinas foram anexadas ao templo[2]

Segundo a lenda, foi neste local que uma sibila teria previsto a chegada de Cristo ao imperador Augusto, que teria recebido uma visão celestial da Virgem Maria num altar segurando o Menino Jesus. Augusto teria supostamente construído um altar no local depois da visão — o "altar celestial" ou "ara coeli" — e a igreja de Santa Maria in Aracoeli se desenvolveu à volta dele. A estrutura atual certamente não é da época de Augusto (e o Império Romano só se tornou oficialmente cristão no século IV), mas, no século IV, ela já era considerada "antiga". O edifício foi depois reconstruído e a atual estrutura data do século XIII[7].

Localização

Por causa da falta de vestígios e das poucas informações sobre sua localização exata, o templo é considerado um enigma na topografia da Roma Antiga. Porém, todos concordam que ele ficava no cume da Cidadela Capitolina e não nas duas outras áreas do monte Capitolino. Alguns topógrafos colocam o templo exatamente abaixo da atual igreja de Santa Maria in Aracoeli, ao passo que outros defendem que ele ficava mais próximo da beira da colina, de frente para o Fórum Romano, ao lado da escada que leva ao fundo da igreja[1].

Embora a tradição fale sobre a construção do templo no local da casa do herói Mânlio[1], as fontes antigas do período das Guerras Gálicas de 390 a.C., sugerem a existência de um templo anterior, que foi relacionado a dois artefatos arcaicos em terracota encontrados no jardim da igreja e datando do período entre os séculos V e IV a.C. Outros restos de paredes e pedras também sobreviveram no jardim e foram atribuídos pelos estudiosos às fortificações da Cidadela, remontando provavelmente às supostas fases arcaicas e republicadas no templo[8].

Planimetria do Capitólio antigo
Area
capitolina
Fórum
Romano
Templo de
Júpiter
Capitolino
Templo de
Juno
Moneta
Teatro de
Marcelo
Templo de
Belona
Templo de
Júpiter Ferétrio
Templo de
Vejóvis
Iseu
Templo de
Júpiter Guardião (?)

Templo da Concórdia (?)
Templo de
Júpiter Conservador
Altar
Templo
Tensário
Templo de
Júpiter
Tonante
Clivo
Capitolino
"Cem Passos"
Porta Pandana
Templo de
Jano
Templo de Juno Sóspita
Templo de
Esperança
Templo
de Augusto
Asilo
Vico
Jugário
Campo
de Marte
Pórtico
dos Deuses
Harmoniosos
Templo de
Vespasiano
Templo
da Concórdia
Clivo
Argentário
Templo de Vênus Ericina
Templo de
Fides (?)
Templo
de Ops (?)
Arco
de
Cipíão
Templo de
Saturno
Basílica
Júlia


Referências

  1. a b c d e Peter J. Aicher, Bolchazy-Carducci Publishers, (2004). Rome Alive: A Source-Guide to the Ancient City, Volume 1 p.66-68.
  2. a b c R. Joy Littlewood, Oxford University Press, (2006). A Commentary on Ovid's Fasti, Book 6 p.57. ISBN 0-19-156920-8
  3. Mark C. Taylor, University of Chicago Press, (1992). Disfiguring: Art, Architecture, Religion p. 146.
  4. Lívio, Ab Urbe condita VII, 2, 28.
  5. William Smith, Walton & Maberly, (1857). Dictionary of Greek and Roman geography, Volume 2 p.766.
  6. Fastos, de Ovídio, (vi. 183-186); Ovídio, Notes & Introduction: Thomas Keightley, Richard Miliken and Son, 1833. Fastos de Ovídio, p.229.
  7. George H. Sullivan, Da Capo Press, (2006). Not Built in a Day: Exploring The Architecture of Rome p. 33. ISBN: 0-78-671749-1
  8. The Temple of Juno Moneta, Ancient Capitol Musei Capitolini Retrieved on April 17, 2012.
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