Teodato

Teodato
Teodato
Fólis de Teodato emitido em Ticino
Rei ostrogótico da Itália
Reinado 534 — 536
Antecessor(a) Atalarico
Sucessor(a) Vitige
 
Morte dezembro de 536
Cônjuge Gudeliva
Descendência
  • Teodenanda
  • Teudegisclo
Dinastia dos Amalos

Teodato (em latim: Theodatus, Theodahadus, Theodahathus)[1] foi um nobre ostrogótico do século VI, membro da casa dos Amalos, que tornar-se-ia rei ostrogótico da Itália em 534. Reinou até 536.

Vida

Teodato era membro da dinastia dos Amalos, filho de Amalafrida e sobrinho de Teodorico, o Grande (r. 474–526). Tinha uma irmã cujo nome era Amalaberga. Casou com Gudeliva em data desconhecida e o casal teve dois filhos, Teodenanda e Teudegisclo. Cassiodoro o citou numa ocasião (507/511) como homem espectável e em duas (507/511 e 523/526) como homem ilustre. Tinha vastos domínios na Etrúria e desejava mais. Comumente tomou terras de forma equivocada e precisou restaurá-las. Algumas delas eram do patrimônio régio e em 527 herdou os domínios de sua mãe. Em 533/534, considerou ceder suas propriedades na Etrúria ao imperador Justiniano (r. 527–565) em troca de uma residência em Constantinopla, a capital do Império Bizantino, uma pensão e um título, bem como propôs enviar emissários.[2]

Procópio e Cassiodoro o definiram como alguém não belicoso e desinteressado em assuntos públicos. Foi bem versado em literatura latina, teve particular ligação com doutrinas de Platão e demonstrou familiaridade com escritos eclesiásticos. Cassiodoro o endereçou várias cartas ao longo da vida. Em 534, já era velho e vivia como cidadão privado na Etrúria. Com a morte de Atalarico (r. 526–534) em 2 de outubro, sua mãe Amalasunta convocou Teodato para ser rei, mas antes devia fazer um juramento de lealdade no qual aceitava só reinar nominalmente, deixando o poder de fato com ela. No entanto, logo que assumiu, a prendeu e ordenou seu assassinato. Na primavera de 535, enviou os emissários Libério e Opílio para Justiniano para justificar sua ação.[3]

Mais adiante, Teodato negociou a possibilidade e abandonar o trono para Justiniano, mas mudou de ideia quando o general bizantino Mundo foi morto na Dalmácia. Em 536, após Belisário tomar Nápoles, Teodato não tomou ação para se opor à invasão da Itália e a oposição entre os ostrogodos aumentou. Vitige foi escolhido como sucessor e Teodato, quando deixou Roma em direção a Ravena, foi interceptado no caminho e morto sob ordens de Vitige. Seu assassinato ocorreu em dezembro.[4]

Referências

  1. Schönfeld 1911, p. 225.
  2. Martindale 1980, p. 1067.
  3. Martindale 1980, p. 1067-1068.
  4. Martindale 1980, p. 1068.

Bibliografia

  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1980). «Theodahadus». The Prosopography of the later Roman Empire - Volume 2. A. D. 395 - 527. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Schönfeld, M. (1911). Wörterbuch der altgermanischen personen-und völkernamen. Heilderberga: Livraria da Universidade Carl Winter 
  • v
  • d
  • e
Reis da Itália entre 476 e 963
Não-dinástico
Odoacro (476–493)
Odoacro, 477.Teodato (534-536). Cuniberto (688-700).
Ostrogodos
Teodorico (493–526) · Atalarico (526–534) · Teodato (534–536) · Vitige (536–540) · Ildibaldo (540–541) · Erarico (541) · Tótila (541–552) · Teia (552–553)
Bizantinos
Justiniano I (como Imperador) (553–565)
Lombardos
Alboíno (565–572) · Clefo (572–574) · Interregno (574–584) · Autário (584–590) · Agilolfo (590–616) · Adaloaldo (616–626) · Arioaldo (626–636) · Rotário (636-652) · Rodoaldo (652–653) · Ariberto I (653–661) · Godeberto (661–662) · Bertário (661–662) · Grimualdo (662–671) · Garibaldo(671) · Bertário (671–688) · Cuniberto (688–689) · Alagísio (689) · Cuniberto (689–700) · Liuberto (700–702) · Regimberto (701) · Ariberto II (702–712) · Ansprando (712) · Liuprando (712–744) · Hildebrando (744) · Raquis (744–749) · Astolfo (749–756) · Desidério (756–774)
Carolíngios
Carlos I (774–814) · Pepino (781–810) · Bernardo (810–818) · Lotário I (818–855) · Luís I (855–875) · Carlos II (875–877) · Carlomano (877–879) · Carlos III (879–887) · Arnulfo (896–899) · Ratoldo (896)
Não-dinásticos
(título contestado entre 887–933)
Unróquidas: Berengário I (887–924) · Vidonidas: Guido (889–894) · Lamberto (891–897) · Guelfos: Rodolfo (922–933) · Bosônidas: Luís II (900–905) · Hugo (926–947) · Lotário II (945–950) · Anscáridas: Berengário II (950–963) · Adalberto (950–963)