Libão Rupílio Frúgio

Lúcio Escribônio Libão Rupílio Frúgio Bono
Cônsul do Império Romano
Consulado 88 d.C.
Morte 101 d.C.

Libão Rupílio Frúgio (m. 101), cujo nome completo pode ter sido Lúcio Escribônio Libão Rupílio Frúgio Bono (em latim: Lucius Scribonius Libo Rupilius Frugi Bonus), foi um senador romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de maio a agosto de 88 com Quinto Nínio Hasta. Era um dos filhos de Marco Licínio Crasso Frúgio, cônsul em 64, e Sulpícia Praetextata, filha de Quinto Sulpício Camerino Pético, cônsul sufecto em 46, e neto de Marco Licínio Crasso Frúgio, cônsul em 27, com a nobre Escribônia[1]. Seu irmão, Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano, foi cônsul sufecto em 87[1].

É famoso principalmente por ter sido um ancestral do imperador Marco Aurélio.

História

Seu pai foi executado por ordem de Nero entre 66 e 68 por causa de acusações feitas pelo delator Marco Aquílio Régulo[2]. Depois da morte do imperador, Sulpícia o levou, juntamente com seus irmãos, ao Senado logo no início de 70 para pedir aos senadores e ao imperador Vespasiano justiça pelo dano provocado à sua família[2]. Régulo e seus aliados foram todos processados[3].

Frúgio se casou com a sobrinha do imperador romano Trajano, Salonina Matídia, como seu terceiro marido. Ela já tinha duas filhas de dois casamentos anteriores, Víbia Sabina e Míndia Matídia (Matídia Menor). Os dois tiveram uma filha chamada Rupília Faustina[4], que foi, por sua vez, avó paterna de Marco Aurélio[a].

Plínio, o Jovem, escreveu sobre um discurso agressivo que ele proferiu no Senado em 101[9].

Árvore genealógica

  • v
  • d
  • e
Árvore genealógica da Dinastia nerva-antonina
Q. Márcio Bareia SoranoQ. Márcio Bareia SuraAntônia FurnilaM. Coceio NervaSérgia PlaucilaP. Élio Adriano
Tito
(r. 79–81)
Márcia FurnilaMárciaTrajano paiNerva
(r. 96–98)
Úlpia[i]Élio Adriano Marulino
Júlia Flávia[ii]Marciana[iii]C. Salônio Matídio[iv]Trajano
(r. 98–117)
PlotinaP. Acílio AcianoP. Élio Afer[v]Paulina Maior[vi]
Lúcio Míndio
(2)
Libão Rupílio Frúgio
(3)
Matídia[vii]L. Víbio Sabino
(1)[viii]
Paulina Menor[vi]L. Júlio Urso Serviano[ix]
Matídia Menor[vii]Suetônio?[x]Sabina[iii]Adriano
[v][xi][vi] (r. 117–138)
Antínoo[xii]
Júlia Balbila?[xiii]C. Fusco Salinador IJúlia Serviana Paulina
M. Ânio Vero[xiv]Rupília Faustina[xv]Boiônia PrócilaCn. Árrio Antonino
L. Ceiônio CômodoÁpia SeveraL. Fusco Salinador
L. Cesênio PetoÁrria AntoninaÁrria Fadila[xvi]T. Aurélio Fulvo
L. Cesênio AntoninoL. Ceiônio CômodoFundânia Pláuciaignota[xvii]C. Avídio Nigrino
M. Ânio Vero[xv]Domícia Lucila[xviii]Fundânia[xix]M. Ânio Libão[xv]FAUSTINA[xvi]Antonino Pio
(r. 138–161)[xvi]
L. Élio César[xvii]Avídia Pláucia[xvii]
Cornifícia[xv]MARCO AURÉLIO
(r. 161–180)[xx]
FAUSTINA Menor[xx]C. Avídio Cássio[xxi]Aurélia Fadila[xvi]LÚCIO VERO
(r. 161–169)[xvii]
(1)
Ceiônia Fábia[xvii]Pláucio Quintílio[xxii]Q. Servílio PudenteCeiônia Pláucia[xvii]
Cornifícia Menor[xxiii]M. Petrônio SuraCÔMODO
(r. 177–192)[xx]
Fadila[xxiii]M. Ânio Vero César[xx]Ti. Cláudio Pompeiano
(2)
Lucila[xx]M. Pláucio Quintílio[xvii]Júnio Licínio BalboServília Ceiônia
Petrônio AntoninoL. Aurélio Agáclito
(2)
Aurélia Sabina[xxiii]L. Antíscio Burro
(1)
Pláucio QuintílioPláucia ServíliaC. Fúrio Sabino TimesiteuAntônia GordianaJúnio Licínio Balbo?
Fúria Sabina TranquilinaGORDIANO III
(r. 238–244)
  • (1) = 1ª esposa
  • (2) = 2ª esposa
  • (3) = 3ª esposa
  •   Vinho escuro indica um imperador da Dinastia nerva-antonina

      Vinho claro indica um herdeiro aparente da mesma dinastia que não chegou a assumir o trono

      Cinza indica um aspirante fracassado ao trono

      Roxo indica um imperador de outras dinastias
  • Linhas tracejadas indicam uma adoção; linhas pontilhadas indicam casos amorosos ou relações fora do casamento
  • Minúsculas = pessoas deificadas postumamente (augustos, augustas ou outras)
Notas:

Exceto se explicitado de outra forma, as notas abaixo indicam que o parentesco de um indivíduo em particular é exatamente o que foi indicado na árvore genealógica acima.

  1. Irmã do pai de Trajano: Giacosa (1977), p. 7.
  2. Giacosa (1977), p. 8.
  3. a b Levick (2014), p. 161.
  4. Marido de Úlpia Marciana: Levick (2014), p. 161.
  5. a b Giacosa (1977), p. 7.
  6. a b c DIR contributor (Herbert W. Benario, 2000), "Adriano".
  7. a b Giacosa (1977), p. 9.
  8. Marido de Salonina Matídia: Levick (2014), p. 161.
  9. Smith (1870), "Júlio Servianus".
  10. Suetônio seria um possível amante de Sabina: uma possível interpretação de HA, Adriano 11:3
  11. Smith (1870), "Adriano", pp. 319–322.[ligação inativa]
  12. Amante de Adriano: Lambert (1984), p. 99 e passim; deificação: Lamber (1984), pp. 2-5, etc.
  13. Júlia Bálbila seria uma possível amante de Sabina: A. R. Birley (1997), Adriano, the Restless imperador, p. 251, citado em Levick (2014), p. 30, que é cético em relação a esta hipótese.
  14. Marido de Rupília Faustina: Levick (2014), p. 163.
  15. a b c d Levick (2014), p. 163.
  16. a b c d Levick (2014), p. 162.
  17. a b c d e f g Levick (2014), p. 164.
  18. Esposa de M. Ânio Vero: Giacosa (1977), p. 10.
  19. Esposa de M. Ânio Libão: Levick (2014), p. 163.
  20. a b c d e Giacosa (1977), p. 10.
  21. Pseudo-Dião Cássio (72.22) conta que Faustina, a Velha, prometeu se casar com Avídio Cássio, uma história que também aparece na HA "Marco Aurélio" 24.
  22. Marido de Ceiônia Fábia: Levick (2014), p. 164.
  23. a b c Levick (2014), p. 117.
Referências:
  • DIR contributors (2000). «De Imperatoribus Romanis: An Online Encyclopedia of Roman Rulers and Their Families». Consultado em 14 de abril de 2015 
  • Giacosa, Giorgio (1977). Women of the Césars: Their Lives and Portraits on Coins. Translated by R. Ross Holloway. Milan: Edizioni Arte e Moneta. ISBN 0-8390-0193-2 
  • Lambert, Royston (1984). Beloved and God: The Story of Adriano and Antinous. New York: Viking. ISBN 0-670-15708-2 
  • Levick, Barbara (2014). Faustina I and II: Imperial Women of the Golden Age. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-537941-9 
  • William Smith, ed. (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.: s.n.] 

Ver também

Cônsul do Império Romano
Precedido por:
Domiciano XIII

com Lúcio Volúsio Saturnino
com Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano (suf.)
com Caio Belício Natal Públio Gavídio Tebaniano (suf.)
com Caio Ducênio Próculo (suf.)
com Caio Cílnio Próculo (suf.)
com Lúcio Nerácio Prisco (suf.)

Domiciano XIV
88

com Lúcio Minício Rufo
com Décimo Plócio Gripo (suf.)
com Quinto Nínio Hasta (suf.)
com Lúcio Escribônio Libão Rupílio Frúgio (suf.)
com Marco Otacílio Cátulo (suf.)
com Sexto Júlio Esparso (suf.)

Sucedido por:
Tito Aurélio Fulvo

com Marco Asínio Atratino
com Públio Salústio Bleso (suf.)
com Marco Peduceu Seniano (suf.)
com Aulo Vicírio Próculo (suf.)
com Mânio Labério Máximo (suf.)


Notas

  1. Segundo Birley, "A esposa de Libo Frúgio é desconhecida, mas Carcopino[5] defendeu que ela seria Matídia. Ele recebeu o apoio de Pflaum[6]. Porém, Schumacher[7], lembra que a filha de Libão Frúgio, Rupília Faustina, quase não teria idade suficiente, neste caso, para ser mãe do pai de Marco Aurélio. A única saída seria supor que Matídia teria se casado com Libo antes de seus dois maridos anteriores; e teria se divorciado dele (pois ele estava vivo em 101). A teoria se torna cada vez mais implausível."[8].

Referências

  1. a b Brian W. Jones, The Emperor Domitian, pages 165-6. Routledge
  2. a b J. Shelton, The Women of Pliny's Letters, p. 153. Routledge, 2013
  3. S.H. Rutledge, Imperial Inquisitions: Prosecutors and Informants from Tiberius to Domitian (Google eBook), p. 119. Routledge, 2002
  4. «Matídia, a Velha» (em inglês). Livius.org. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  5. J. Carcopino, REA 51 (1949) 262 ff.
  6. H. G. Pflaum, HAC 1963 (1964) 106 f
  7. Schumacher, Priesterkollegien 195
  8. Anthony Richard Birley, Marcus Aurelius, página 244
  9. Plínio, o Jovem, Epístolas III.9.33